amigo do cão!!!
amigo do cão!!!

Amigo do Cão

     Um dia você acorda diferente, com sabor de bondade na ponta de língua. Nesse dia o sol aparece mais amarelinho e intenso feito um bolo. Doce de provar! Você não entende direito o que está se passando a sua volta, mas sente que alguma coisa aprumou seu coração. No lugar das amarguras, das tristezas, daqueles momentos frios aparece um raio de sol. O dia fica iluminado como se todas as velas tivessem sido acesas. O que fazer? O que pensar? O que está acontecendo afinal? E você pensa, pensa e repensa. Aí se recorda daquele ser peludo/pelado, delicado/brusco, grande/pequeno, amável/nervoso e carente. Olha naquela direção e vê um olhar redondinho, lotado de carinho e agradecimento pela acolhida, pela ajuda, pelo amparo e pelo amor dado espontaneamente. Você o trouxe de volta a vida pelo fato de ter - de uma forma qualquer - ajudado-o. Você deu a ele a esperança. Você acolheu-o sem medo, sem preconceitos, pura amizade.
     Isso faz com que o sol brilhe mais forte e mais quentinho para quem sente o frio do abandono, da tristeza e da dor. Parece mágica, mas não é! Ou será que é? No mundo dos seres não-humanos os mistérios são múltiplos. Porém, o que interessa é que o sol brigou com o tempo feio e venceu. Você e seu grande coração renovaram a esperança de um cão e desencadearam um processo irreversível de amor sem limites. Vai contagiar muita gente. Muitos cachorros serão igualmente salvos. Felicidade à vista!
     E é em nome de todos esses cães, falando a linguagem do coração deles, que queremos homenagear você hoje, contando a história desse seu gesto.
     Seja bem-vinda
 Silvia D. Schiros e fique à vontade. Aceite a faixa de "AMIGO DO CÃO".
     Um beijo carinhoso de todos os vira-latas. Temos orgulho de você.



Com a palavra, a homenageada:
     "Em outubro de 1998, realizei um sonho: me mudei para uma casa para poder ter meus cães, dois pastores alemães, que até então moravam com meus sogros, vivendo comigo (também tenho uma poodle toy que já vivia conosco no apartamento). Mal sabia eu que o destino tinha me colocado neste condomínio por um motivo muito especial...
Silvia e Banzé     Eu gostava de "explorar" o condomínio em companhia de meus cães. Um belo dia, passando por uma rua sem saída, descobri uma matilha de vira-latas, uns 10, entre adultos e filhotes. Era uma família onde a matriarca (a mãe de toda aquela cachorrada) era a líder da matilha. Preocupada com a situação desses cães, comecei a visitá-los todos os dias, levando comida. Era lindo ver aquela cachorrada toda saindo de onde estivesse quando eu assobiava, chamando. Quantos rabinhos abanando, quantas lambidas, quanta festa! Trouxe a veterinária, que tratou da sarna dos filhotes e vacinou a turma. (Aliás, a Dra. Priscila de Marsillac Falcão é uma superamiga dos bichos!) Os filhotes, que estavam com o pêlo ralo e opaco por causa da sarna, logo, logo ficaram com o pêlo farto e brilhoso. Infelizmente um deles morreu sufocado com um pedaço de osso (eram 4). Mas os outros três foram adotados; dois deles continuam aqui no condomínio, cuidando de seus novos lares, e um deles ficou com minha "comadre" Luísa, dona de um coração enorme. Uma das filhas da líder teve filhotes pouco depois. Mais 4. Os 2 machinhos foram adotados pela turma da obra onde ela morava. As 2 fêmeas foram adotadas na primeira feirinha de adoções da Vira-Lata, realizada no Rio de Janeiro, na Lagoa! :o)))
Sapeca     O tempo passava, e eu procurava acompanhar a situação das "meninas" que ficaram. Algumas faziam plantão no meu portão. Tentei adotar uma delas, mas ela gostava de ficar dentro de casa só quando eu estava por perto. Era pequena, mas muito ágil. Ela conseguia pular o muro aqui de casa, que é bem alto... A Pituca teve um final muito triste: morreu envenenada, assim como 2 cães que andavam sempre com os seguranças do condomínio. Não gosto nem de lembrar da carinha dela, da forma como ela monopolizava a minha atenção para ganhar mais carinho do que as outras, quase me "abraçando" com suas patinhas quando eu me abaixava para agradar... A Querida, aquela que teve os 2 machos e as 2 fêmeas, sumiu por uns tempos, até que foi encontrada por um dos trabalhadores da obra onde morava e levada para a sua casa. Oba! :o))) A Gracinha, matriarca da família, batizada assim por uma menina que morava em frente à obra, morreu atropelada, mais um final triste. A Arisca também teve filhotes e, pouco tempo depois, foi atropelada. Achei que tinha morrido também, mas qual não foi a minha felicidade ao vê-la na padaria vizinha do condomínio, de coleira, mais calma e feliz! Filhotes da SapecaContinuava solta nas ruas, mas havia sido tratada com carinho, pois estava aceitando alguns carinhos e demonstrando que tinha aprendido a aceitar melhor um afago humano. A Sapeca teve 7 filhotes. Preocupada por causa do destino das outras cadelinhas, tratei de correr e trazer todos para a minha casa, em agosto de 1999. Ela foi uma grande mãe, os filhotes cresceram saudáveis e lindos! Mas havia chegado a hora de serem encaminhados para novos lares. Espalhei cartazes e, com a ajuda da turma da Vira-Lata, fiz feirinhas de adoção. Todos conseguiram novos lares. Até a Sapeca, uma SRD lindíssima!!! Ela foi castrada e encaminhada para a nova casa. Quando a entreguei à nova dona, estava sentindo um misto de felicidade e tristeza. Ela havia conseguido um ótimo lar, mas estava saindo da minha vida... Mas essas separações são inevitáveis.
Shakira     Depois de um tempo, apareceu a Shakira, mestiça de fila brasileiro, que virou a nova mascote dos seguranças. Em março de 2000, ela deu à luz 5 lindos filhotes. Cuidamos de todos eles com a superajuda financeira da turma da Vira-Lata (o que seria dos animais abandonados sem os VLs???) e, como não podia deixar de ser, foram todos adotados. Hoje, em maio de 2000, a Shakira está sendo preparada para a castração.
     Vim para este condomínio porque São Francisco tinha para mim uma missão maravilhosa: ajudar essa cachorrada. Ciente das minhas limitações, ajudo como posso. E, o melhor de tudo, é que recebo mais (em termos de afeto, reconhecimento e calor humano e canino) do que dou. Às vezes me acho até egoísta, pois ajudar faz tanto bem à alma que, no final das contas, essa turminha de 4 patas me dá muito mais do que eu dou a eles...

Filhoes da Shakira


     Voltem a esta seção sempre que puderem, pois ela estará sendo atualizada sempre que possível com novas estórias que certamente têm a mão de São Francisco no meio! Gostaria de finalizar dizendo que fico superfeliz por estar inaugurando a seção. Se fiz um pouquinho para amenizar o sofrimento de animais abandonados é porque me inspirei em exemplos maravilhosos, na Vira-Lata e fora dela, de gente que tem um despredimento enorme na hora de ajudar essas criaturinhas encantadoras. 




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